Um erro muito comum, observado principalmente na comunicação oral, é a flexão do verbo “haver”.
Esse verbo, no sentido de “ocorrer” ou “existir”, é impessoal.
Isso significa que permanece na terceira pessoa do singular, pois não
tem sujeito. Portanto, é errônea a flexão do verbo no plural. É provável
que a origem do erro seja a associação da conjugação do verbo “haver”
com os verbos “existir” e “ocorrer”. Estes têm sujeito e, portanto,
flexionam-se de acordo com o número e a pessoa.
Exs.:
Ocorrerão mudanças.
Existirão mudanças.
Com o verbo “haver”, a regra é diferente – permanece no singular:
Ex.:
Haverá mudanças.
Como sinônimo dos verbos “ocorrer” e “existir”, portanto, o verbo “haver” permanece invariável.
Não se pode, no entanto, afirmar que o verbo “haver” nunca vai para o plural. Ele pode, por exemplo, desempenhar a função de verbo auxiliar (que indica pessoa, tempo e modo verbal; sinônimo de “ter” nos tempos compostos). Nesse caso, o verbo é conjugado no plural.
Exs.:
Eles haviam chegado cedo.
Eles tinham chegado cedo.
Além
disso, como verbo pessoal (com sujeito), pode assumir o sentido de
“obter”, “considerar”, “lidar”, ainda que esses usos sejam menos
recorrentes:
Houveram (= “obter”) do juiz a comutação da pena (sujeito: “comutação da pena”).
Nós o havemos (= “considerar”) por honesto. (sujeito: “nós”)
Os alunos houveram-se (= “lidar”) muito bem nos exames. (sujeito: “os alunos”)
O verbo “haver”, portanto, precisa ser usado com atenção (especialmente, quando ele é impessoal), para evitar erros gramaticais.
Fonte: CPDEC - Centro de Pesquisa Desenvolvimento e Educação Continuada
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