Qual é a origem da palavra piscina? E o que significa o elemento “dromo” de autódromo, hipódromo, sambódromo e camelódromo?
1) Piscina vem de peixe. Na sua origem, piscina é um “viveiro de
peixes”.
É um reservatório de água onde era comum criar peixes. Hoje em dia,
designa também um tanque artificial para natação. Em razão disso, nós
fomos para a piscina e pusemos os peixes no aquário, que vem de água.
Além
da piscina, é bom lembrarmos outras palavras derivadas de peixe:
pisciano (quem nasce sob signo de Peixes); piscicultura (arte de criar e
multiplicar peixes); pisciforme (que tem forma de peixe); piscoso
(lugar em que há muito peixe).
2) Dúvida de muitos: “O elemento de composição dromo, de
origem
grega, tem o significado de “lugar para correr”, como atestam os bons
dicionários. Assim existem as palavras autódromo, velódromo,
hipódromo...
Entretanto, o popular, nos últimos anos, fez a
criação de sambódromo, camelódromo, para designar, respectivamente, o
lugar onde as escolas de samba desfilam e o lugar onde se reúnem os
camelôs. Esses neologismos, que estão sendo incorporados ao idioma,
estariam “errados”, já que o que se faz num sambódromo e num camelódromo
não é nenhuma corrida.”
A crítica se deve à alteração do sentido
original do elemento “dromo” (=pista, lugar para corridas). Daí o
autódromo, que é o local próprio para corridas de automóveis; o
hipódromo, que é a pista para corrida de cavalos; velódromo, para
corridas de bicicletas.
Hoje em dia, “dromo” passou a designar
apenas o “lugar”, e não mais a pista: sambódromo é o lugar para os
desfiles de escolas de samba (não há a necessidade de nossos sambistas
desfilarem “correndo”); camelódromo é o local próprio para os camelôs
venderem suas mercadorias (lá, os camelôs não precisam fugir
“correndo”); fumódromo é o local apropriado para os fumantes (não
significa que é preciso fumar “correndo” para voltar logo ao trabalho).
A
língua é viva. Em razão disso, não há nada errado em uma palavra ou
elemento formador ganhar novos sentidos e usos. É dessa forma que as
línguas evoluem e se transformam com o passar dos tempos. A língua
portuguesa que falamos hoje não é a mesma dos nossos avós, não é a mesma
dos tempos de Machado de Assis e José de Alencar, muito menos da época
de Camões.
As mudanças fazem parte da evolução das línguas vivas. Isso é natural.
Cuidado para não cair em armadilhas!
1ª) Policiais não deteram os criminosos.
Deve ser por isso que os criminosos fogem. O verbo DETER é derivado de
TER, logo deve seguir sua conjugação. Se eles TIVERAM, o correto é
DETIVERAM.
2ª) Foram chamados os que ainda não deporam na CPI.
Assim ninguém vai depor. Os derivados do verbo PÔR devem seguir sua
conjugação. Se eles PUSERAM, o correto é DEPUSERAM.
3ª) O juiz já interviu no caso.
Se “interviu”, foi mal. O verbo INTERVIR deve seguir a conjugação do
verbo VIR. Se ele VEIO, “o juiz já INTERVEIO no caso”.
4ª) Ele não tinha intervido no caso.
Assim não dá. O particípio do verbo VIR é VINDO (igual ao gerúndio). O
correto, portanto, é “Ele não tinha INTERVINDO no caso”.
5ª) Está prevista uma paralização para a próxima semana.
Será um fracasso. Se paralisia se escreve com “s”, as palavras
derivadas devem ser grafas com “s”: paralisar e PARALISAÇÃO.
6ª) Ele luta por sua ascenção profissional.
Assim fica difícil. Os substantivos derivados de verbos terminados em
“-ender” (apreender, pretender, compreender, ascender) devem ser
escritos com “s”: apreensão, pretensão, compreensão, ASCENSÃO.
7ª) Viajou a Tókio.
Não conheço essa cidade: com acento e “k”. Isso não é português nem
inglês, que não tem acentos gráficos. A forma aportuguesada é TÓQUIO.
8ª) Era lutador de karatê.
A letra “k” não combina com acento gráfico. É mistura de inglês com
português. A forma aportuguesada é CARATÊ.
9ª) Vire a esquerda.
Aprender crase em placa de trânsito é um perigo. Formas femininas que
indicam “lugar, direção” recebem acento indicativo da crase: “Vire à
esquerda”.
10ª) Obras à cem metros.
Não
disse que placa de trânsito é um perigo? Não põe o acento da crase
quando deve, e põe quando não deve. Antes de palavras masculinas, não há
crase: “Obras a cem metros”.
Por Sérgio Nogueira
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