segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Festival de cinema candango


O Festival de Brasília, Festbrasília, oficialmente Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, é um festival de cinema brasileiro sediado em Brasília-DF, no histórico Cine Brasília, sendo o mais antigo do gênero no país. Surgiu por iniciativa do professor de cinema da UnB, Paulo Emílio Sales Gomes, em 1965, e é promovido pelo Governo do Distrito Federal anualmente. Em suas duas primeiras edições o evento se chamou Semana do Cinema Brasileiro. Uma das regras que o diferencia de outros festivais é que os filmes, tanto de longa ou curta metragem, devem ser inéditos e preferencialmente, não ter sido premiados em qualquer outro festival nacional.
O principal prêmio do festival é o Troféu Candango, cujo nome faz homenagem aos brasilienses.
Agora algumas dicas e curiosidades da Professora Dad Squarisi que é editora de Opinião do jornal Correio Braziliense e comentarista da TV Brasília. Além disso, participa de bancas examinadoras de concursos e tem várias obras publicadas. 
Recado"O descaso pelo idioma é um sintoma de que a cultura está doente." Evanildo Bechara

Festival de cinema candango
A capital está em festa. O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro abafa. Na 44ª edição, desfilam longas e curtas. Exibem-se atores e atrizes. O aplauso do público se escuta em casas cheias no Plano Piloto e nas cidades vizinhas. Nos comentários, impera um verbo. É estrear. Ao escrevê-lo, todo cuidado é pouco. Nas pessoas em que figura o ditongo aberto ei, o acento não tem vez. A reforma ortográfica o cassou sem piedade: eu estreio, ele estreia, nós estreamos, eles estreiam.

Mais do mesmo
Olho vivo! Estrear adora formar pleonasmo. Dizer, por exemplo, que Wladimir Carvalho estreou documentário novo é dar chance ao azar. Só se estreia o novo. Basta anunciar que Wladimir Carvalho estreou o documentário Rock Brasília. Precisa de algo mais?

Dentro mas fora
Rock Brasília abriu o festival.
O diretor, Wladimir Carvalho, é mestre dos mestres. Pra lá de consagrado, participou da festa na condição de hors-concours. Não disputa prêmios.

Por falar em estreia
A mostra competitiva começou ontem. O filme: As hiper mulheres. Ops! O documentário, que valoriza ritual feminino no Alto Xingu, acertou no tema. Mas bobeou na grafia. O prefixo hiper pede hífen quando seguido de h ou de palavra iniciada com a mesma letra com a qual ele acaba (r ) . No mais, é tudo coladinho da silva: hiper-homem, hiper-regional, hipermercado e, claro, hipermulheres.

Quem dá mais?
Amanhã é dia de pôr a mão no bolso. Bem no fundo. A mansão de Durval Barbosa vai a leilão. O homem que denunciou o esquema de corrupção de Brasília nadou de braçadas no dinheiro público. A casa é avaliada em R$ 4,3 milhões, bolada que pode comprar 100 casas populares. Quem comprará o imóvel? A pessoa que der o lance maior. Antes de o martelo bater, vale uma curiosidade. A palavra leilão nasceu árabe. Na língua de Deus, segundo os muçulmanos, al-ã-lãm quer dizer venda pública. Ao longo da história, leiloaram-se pessoas e bens.

As aparências enganam
Crase antes de pronome possessivo? Os precipitados têm a resposta na ponta da língua:
-- É facultativa.
Os atentos pensam duas vezes:
-- Depende da frase.
E daí? Dizem que todos são iguais perante a lei. Mas existem os mais iguais. Um dos privilegiados é o pronome possessivo. Ora ele vem acompanhado de artigo. Ora não. Por isso, podemos dizer:
Minha cidade tem duas agências do Banco do Brasil.
A minha cidade tem duas agências do Banco do Brasil.
A crase é a fusão da preposição a com o artigo a. Quando o artigo é facultativo, a crase também é. Logo, está certinho da silva escrever: Vou a minha cidade. Vou à minha cidade.
Na dúvida, banque o São Tomé. Recorra ao tira-teima. Substitua a palavra feminina por uma masculina (não precisa ser sinônima). Se no troca-troca aparecer ao, sinal de crase. Caso contrário, xô, grampinho: Vou a (ao) meu país.

Olho vivo!
Nem tudo o que reluz é ouro. Há uma construção enganadora. O a que antecede o possessivo às vezes tem cara de artigo. Mas artigo não é. Trata-se do ardiloso pronome demonstrativo. Veja a cilada:
Não fui a (à) minha cidade, mas à sua.
Desmembrando a segunda oração, temos: Não fui a (à) minha cidade, mas à que (àquela que) é sua.
O raciocínio é um só: o artigo é facultativo. O pronome não. Bem-vinda, crase. Duvida? Aplique o tira-teima: Não fui a (ao) meu país, mas ao seu.
É isso. Nem tudo o que reluz é ouro.

Leitor pergunta
Como se escreve: um passo à frente ou um passo a frente?

Dionne Lago Gonçalves, lugar incerto
Vamos apelar para o tira-teima? Substituamos a palavra feminina por uma masculina (lado). No troca-troca, teremos "um passo ao lado". Indiscreto, o ao abre o jogo. Nessa construção, aparece a duplinha preposição e artigo. Vem, acentinho: um passo à frente.
  dad.squarisi@correioweb.com.br

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