sexta-feira, 1 de novembro de 2013

VOCÊ SABE…


…o que são neologismos?

São palavras ou expressões novas numa língua. Neologismo é uma palavra de origem grega: “neo” (=novo) + “logo” (=palavra) + sufixo “ismo”.
O elemento “neo” aparece em muitas palavras do nosso dia a dia: neoclássico, neofascista, neolatino, neoliberal, neonazista, neozelandês…
Segundo o novo acordo ortográfico, só devemos usar hífen quando a palavra seguinte começar por “h” ou “vogal igual”: neo-helênico, neo-hamburguês, neo-holandês, neo-orleanês, neorrepublicano, neossalomônico, neoevolucionista, neobudista, neocapitalismo, neofascista, neoliberal, neozelandês…
A polêmica, entretanto, é a aceitação dos neologismos.
Para alguns, somente o registro em nossos dicionários avaliza o uso dessas novas palavras. Outros aceitam qualquer novidade. Muitos têm certas preferências, às vezes sem um critério mais claro.
A palavra “imexível” é um belo exemplo do que estamos falando. Para alguns, o fato de aparecer no dicionário Houaiss significa que seu uso está liberado, como se qualquer falante estivesse proibido de utilizá-la antes da publicação do novo dicionário. O processo de formação da palavra “imexível” está perfeitamente de acordo com os nossos padrões gramaticais: prefixo “i” (negação) + raiz do verbo mexer + sufixo “vel” (possibilidade) = “não pode ser mexido”. É o mesmo processo de insubstituível, invencível, invisível, imutável, indestrutível… Isso significa que não tem nada de “errado” com a palavra “imexível”. O preconceito que há contra a palavra se deve provavelmente à “fonte criadora”…
A língua é sábia. É como se fosse a nossa própria língua a saborear novas palavras. Engolimos as gostosas e cuspimos aquelas que não nos agradam. E isso quem diz é o tempo.
Muitos leitores querem a minha opinião sobre a palavra “bioterrorismo”, que esteve tão em moda em nossos noticiários. Tudo contra o bioterrorismo, nada contra a palavra. Surgiu da necessidade de um fato novo, veio preencher uma lacuna, e foi criada de acordo com os nossos padrões. Isso é enriquecimento vocabular e próprio das línguas vivas. E para quem não sabe, a palavra bioterrorismo já aparece no novíssimo Aurélio.

Prof. Sérgio Nogueira

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